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sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

RPPN´s do Brasil - 2 - Frei Caneca

RPPN Frei Caneca

onde - Jaqueira - PE (zona da mata sul de Pernambuco)
área - 630,4 hectares (maior reserva de Mata Atlântica em área particular de Pernambuco) observação minha - é pouco não?
bioma - mata atlântica montana (500 a 750 m de altitude)
aberto a visitas - ?
hospedagem - não
site - http://www.rppnfreicaneca.org.br/


Exibir mapa ampliado

Os levantamentos ornitológicos iniciados em 1999 por SA Roda e colaboradores, registraram até o momento a presença de 187 espécies de aves. A área apresenta 22 espécies de aves incluídas em duas categorias de ameaça de acordo com a nova lista de animais ameaçados do Brasil, sendo 10 classificadas como “em perigo” e 12 como “vulnerável”. A área comporta ainda 33 espécies endêmicas, das quais 13 são endêmicas da Floresta Atlântica em geral e, 20 endêmicas do Centro Pernambuco (faixa de Floresta Atlântica ao norte do rio São Francisco, nos estados de Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte).

Na RPPN Frei Caneca ocorrem 16 espécies de beija-flores correspondente a cerca de 70% das espécies registradas para o Centro Pernambuco, sendo o beija-flor-da-costa-violeta (Thalurania watertonii) um dos principais destaques por ser o principal polinizador de várias bromélias do local, além de ser endêmico da Floresta Atlântica Nordestina.

Lista das aves registradas para a RPPN Frei Caneca
(SA Roda; J Mazzar Barnett & CJ Carlos)

Espécies Categoria de Ameaça Endemismo
TINAMIDAE
Crypturellus soui
Crypturellus variegatus
Crypturellus parvirostris
CATHARTIDAE
Coragyps atratus
Cathartes burrovianus
ACCIPITRIDAE
Leptodon cayanensis
Rupornis magnirostris
Leucopternis polionota Floresta Atlântica
FALCONIDAE
Herpetotheres cachinnans
Micrastur ruficoliis
Caracara plancus
Falco sparverius
PHASIANIDAE
Odontophorus capueira plumbeicollis Em Perigo Floresta Atlântica
RALLIDAE
Porzana albicollis
COLUMBIDAE
Columbina talpacoti
Leptotila rufaxilla
Geotrygon montana
PSITTACIDAE
Forpus xanthopterygius
Brotogeris tirica Floresta Atlântica
Touit surda Floresta Atlântica
CUCULIDAE
Piaya cayana
TYTONIDAE
Tyto alba
STRIGIDAE
Otus choliba
Pulsatrix perspicillata
Glaucidium brasilianum
Ciccaba virgata
NYCTIBIIDAE
Nyctibius griseus
CAPRIMULGIDAE
Lurocalis semitorquatus
Nyctidromus albicollis
Caprimulgus rufus
APODIDAE
Chaetura spinicauda
TROCHILIDAE
Glaucis hirsuta
Phaethornis ochraceiventris camargoi Em perigo Centro Pernambuco
Phaethornis pretrei
Phaethornis ruber
Eupetomena macroura
Melanotrochilus fuscus Floresta Atlântica
Anthracothorax nigricollis
Lophornis magnifica
Chrysolampis mosquitus
Chlorostilbon aureoventris
Thalurania watertonii Vulnerável Floresta Atlântica
Hylocharis cyanus
Amazilia versicolor
Amazilia fimbriata
Aphantochroa cirrochloris Floresta Atlântica
Heliothryx aurita
Heliactin cornuta
ALCEDINIDAE
Chloroceryle americana
Ceryle torquata
GALBULIDAE
Galbula ruficauda
BUCCONIDAE
Nystalus maculatus
CUCULIDAE
Crotophaga ani
Tapera naevia
RAMPHASTIDAE
Pteroglossus inscriptus
PICIDAE
Picumnus exilis pernambucensis
Piculus flavigula
Veniliornis affinis
THAMNOPHILIDAE
Taraba major
Thamnophilus pelzelni
Thamnophilus caerulescens pernambucensis Vulnerável Centro Pernambuco
Thamnophilus torquatus
Thamnophilus aethiops distans Em Perigo Centro Pernambuco
Dysithamnus mentalis
Myrmotherula axillaris
Herpsilochmus rufimarginatus
Formicivora rufa
Formicivora grisea
Drymophila squamata Floresta Atlântica
Terenura sicki Em Perigo Centro Pernambuco
Cercomacra laeta sabinoi Vulnerável Centro Pernambuco
Pyriglena leuconota pernambucensis Vulnerável Centro Pernambuco
Myrmeciza ruficauda soror Vulnerável Centro Pernambuco
FORMICARIIDAE
Formicarius colma
CONOPOPHAGIDAE
Conopophaga melanops nigrifrons Vulnerável Centro Pernambuco
FURNARIIDAE
Synallaxis hipospodia
Synallaxis infuscata Em Perigo Centro Pernambuco
Synallaxis frontalis
Certhiaxis cinnamomea
Cranioleuca semicinerea
Phacellodomus rufifrons
Automolus leucophthalmus lammi Em Perigo Centro Pernambuco
Xenops minutus alagoanus Vulnerável Centro Pernambuco
Xenops rutilans
DENDROCOLAPTIDAE
Dendrocincla fuliginosa taunayi Em Perigo Centro Pernambuco
Sittasomus griseicapillus
Dendrocolaptes certhia medius Em Perigo
Xiphorhynchus picus
Lepidocolaptes fuscus atlanticus Vulnerável Floresta Atlântica
TYRANNIDAE
Zimmerius gracilipes
Camptostoma obsoletum
Myiopagis caniceps
Elaenia flavogaster
Elaenia albiceps
Mionectes oleagineus
Leptopogon amaurocephalus
Phylloscartes ceciliae Em Perigo Centro Pernambuco
Capsiempis flaveola
Hemitriccus margaritaceiventer
Hemitriccus mirandae Em Perigo Centro Pernambuco
Hemitriccus zosterops naumburgae
Todirostrum cinereum
Todirostrum fumifrons
Rhynchocyclus olivaceus
Tolmomyias sulphurescens
Tolmomyias flaviventris
Platyrinchus mystaceus niveigularis Vulnerável Centro Pernambuco
Myiophobus fasciatus
Contopus cinereus
Lathrotriccus euleri
Fluvicola nengeta
Arundinicola leucocephala
Hirundinea ferruginea
Attila spadiceus
Cassiornis fusca
Rhytipterna simplex
Pitangus sulphuratus
Myiarchus tyrannulus
Myiarchus tuberculifer
Megarynchus pitangua
Myiozetetes similis
Tyrannus melancholicus
Myiodynastes maculatus
Legatus leucophaius
Empidonomus varius
Pachyramphus viridis
Pachyramphus polychopterus
Pachyramphus marginatus
Tityra cayana
PIPRIDAE
Pipra rubrocapilla
Chiroxiphia pareola
Manacus manacus
Neopelma pallescens
Schiffornis turdinus intermedius Centro Pernambuco
HIRUNDINIDAE
Hirundo rustica
Progne chalybea
Stelgidopteryx ruficollis
Tachycineta albiventer
TROGLODYTIDAE
Thryothorus genibarbis
Donacobius atricapillus
Troglodytes musculus
MUSCICAPIDAE
Ramphocaenus melanurus
Polioptila plumbea
Turdus rufiventris
Turdus leucomelas
Turdus albicollis
Turdus amaurochalinus
VIREONIDAE
Cyclarhis gujanensis
Vireo olivaceus
EMBERIZIDAE
Parula pitiayumi
Basileuterus flaveolus
Basileuterus culicivorus
Coereba flaveola
Cissopis leveriana
Thlypopsis sordida
Hemithraupis guira
Hemithraupis flavicollis melanoxantha Centro Pernambuco
Nemosia pileata
Tachyphonus cristatus
Tachyphonus rufus
Habia rubica
Ramphocellus bresilius Floresta Atlântica
Thraupis sayaca
Thraupis palmarum
Euphonia chlorotica
Euphonia violacea
Euphonia pectoralis Floresta Atlântica
Tangara fastuosa Vulnerável Centro Pernambuco
Tangara cyanocephala corallina Vulnerável Centro Pernambuco
Tangara cayana
Tangara velia cyanomelaena Floresta Atlântica
Dacnis cayana
Chlorophanes spiza
Cyanerpes cyaneus
Conirostrum speciosum
Tersina viridis
Tiaris fuliginosa
Arremon taciturnus
Pitylus fuliginosus Floresta Atlântica
Saltator maximus
Icterus cayanensis
Molothrus bonariensis
Oryzoborus angolensis
Sporophila albogularis
Sporophila leucoptera
Sporophila nigricollis
Volatinia jacarina

domingo, 25 de janeiro de 2009

O Causo do Angelino - vai ouvindo

Ouvir um causo bem contado é bom demais. É o caso desse. Criado e contado pelo Paulo Freire, violeiro dos bons, daqueles que fez pacto com o capeta, o cão, o hermógenes. E ainda mais o Paulo na contação é acompanhado pela viola de Roberto Correa tocando Chuva Fininha.
Gosto muito dese causo, já ouvi centenas de vezes, mas toda vez que ouço me emociono novamente. Por isso resolvi compartilhar. Como não sei colocar som aqui no blog, gravei o causo em forma de vídeo, mas na verdade é só o áudio é que importa mesmo.
A gravação está no CD, muito, muito bom que eu recomendo que é o "Esbrangente" de Paulo Freire, Roberto Correa e Badia Medeiros.

Este é o texto que está no encarte do CD:
"Em Botucatu, muitos amigos de Angelino de Oliveira se lembram desta história. É sobre uma viagem que ele fez de trem pelo interior de São Paulo, quando teve uma profunda revelação sobre sua vida e sua maior composição: Tristezas do Jeca; Ah, muitas vezes nos concertos acontece de ser difícil seguir no causo até o fim. É que tem gente na platéia que conduz com tanta emoção o acontecido, naquela plataforma escura e deserta de Mairinque, que vai dando uma vontade de chorar..."
Êi o trem, êi o trem... vai ouvindo...

domingo, 18 de janeiro de 2009

RPPN´s do Brasil - 1 - Reserva Guainumbi

RPPN significa Reserva Particular de Patrimônio Natural. É uma unidade de conservação em área privada, gravada em caráter de perpetuidade, com o objetivo de conservar a diversidade biológica.

RPPN Reserva Guainumbi

onde - São Luís do Paraitinga - SP (187 km de São Paulo)
área - 53,5 hectares
bioma - mata atlântica
aberto a visitas - sim
hospedagem - sim
site - www.reservaguainumbi.com.br

sábado, 17 de janeiro de 2009

Era uma vez a Mata Atlântica, a história de uma paisagem desenhada pelo mar



Na Revista National Geographic Brasil deste mês (janeiro 2009) recomendo, muito, a leitura do artigo de Evaristo Eduardo de Miranda, com fotos maravilhosas de Fabio Colombini, sobre as origens, as agruras e o destino da nossa mata atlântica.



Fotos de Fabio Colombini


segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

O primeiro Surucuá

 

Este foi o primeiro surucuá que eu fotografei. Foi em maio de 2003, na floresta amazônica, perto do Rio Cristalino, em Alta Floresta - MT. A foto está bem ruinzinha, foi tirada por meio de um digiscoping improvisado. Uma já saudosa pequena nikon coolpix2000 apoiada num bom scope do lodge.
Não sei que surucuá é este, talvez um surucuá-de-coleira, trogon collaris. Nos meus guias de aves o surucuá aparece sempre pintado só de frente, e este da foto não quis virar de frente, aliás como grande parte dos surucuás que a gente consegue avistar. Avistar um surucuá é um prazer enorme.

domingo, 11 de janeiro de 2009

3º Concurso Avistar Itaú-BBA - "Fotografias de Aves Brasileiras"



Inscrições Abertas

Participe do III Concurso Avistar Itaú BBA de Fotografias "Aves Brasileiras". Envie suas imagens pelo site do concurso até dia 02 de Março, as melhores fotos serão escolhidas por um juri internacional e o resultado divulgado até 01 de Maio. As fotos premiadas serão expostas durante o IV Encontro Brasileiro de Observação de Aves, de 21 a 24 de Maio em São Paulo.
Participe e concorra a prêmios no valor total de R$62.000,00.

www.avistarbrasil.com.br/concurso


Avistar2009 objetiva divulgar a Observação de Aves como atividade de turismo, lazer e conservação.
Participe!



Espécies Ameaçadas

O Concurso Avistar Itaú BBA vai oferecer um prêmio especial do Juri com o tema Ave Ameaçada O ganhador vai receber um binóculo de alta performance Swarovski Optik EL além do prêmio especial no valor de quatro mil reais.

Cerca de 200 espécies de aves brasileiras encontram-se sob ameaça de extinção. Visite o site do concurso, conheça a lista de espécies ameaçadas, segundo o IBAMA e SAVE/Birdlife. Faça sua inscrição regularmente, se a espécie for ameaçada, além dos prêmios de sua categoria, a foto estará concorrendo também ao Prêmio Especial Ave Ameaçada.



Prêmio Swarovski Optik: Melhor Foto Digiscoped


Se você fotografa usando digiscoping, descreva seu equipamento e sua foto vai automaticamente concorrer ao Prêmio Swarovski Optik, para a melhor foto usando esa técnica. Será oferecido 01 binóculo Pocket Tirol, topo de linha em sua categoria.

Swarovski Optik, fabricante dos melhores binóculos e scopes para Birdwatching, vai oferecer uma conferência especial High End Optics, durante o Avistar2009. Aguarde!
Saiba mais sobre digiscoping clicando aqui.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Jaú, varandas e tucanos


Reproduzo a seguir uma bela crônica do Nando Reis.
Publicada no Estadão de 07/01/2009.

XV de Jahú

Nando Reis

Fim de semana passado estive em Jaú, visitando meu pai. Seu pai e sua mãe nasceram ali, assim como ele. Meu pai hoje mora na casa que foi a sede da antiga fazenda Frei Galvão, assim batizada como uma homenagem a minha avó, descendente do nosso primeiro e único santo. Era lá, durante os anos 70, que se produzia a manteiga e o leite que foram vendidos na cidade. Na embalagem, ilustrando o nome da marca caseira e familiar, uma imagem do frei desenhada pelos punhos de meu próprio pai. Os produtos conservavam o frescor e a pureza que a canonização futura veio a certificar com legitimidade e surpresa. Leite é o alimento santo que vitaliza a humanidade de nosso corpo profano, imperfeito e pecador. A manteiga é a materialização de nossa natureza engenhosa - transformar sem nunca desperdiçar, exercício que demonstra humildade e consciência de nossa própria degradação. Depois do pecado original parte da civilização se desenvolveu em cima dessa ideia corretiva: melhorar, sempre que possível, o que está ao nosso entorno já que a alma foi definitivamente maculada.

A fazenda que foi comprada por meu avô nos anos 50 viveu seu apogeu graças ao café. O lindo terreiro ainda guarda assentado na memória horizontal e ocre de seus tijolos a beleza e a pujança dos grãos beneficiados. A geada de 75 pôs fim ao ciclo vitorioso e o declínio se insinuou sem que a minha ingenuidade adolescente se desse conta da gravidade. Muito do que sou é pelo que ali vivi - nos Carnavais ensandecidos dos bailes do Caiçara à poesia de Souzândrade que lia pendurado nos galhos do velho abacateiro brotado quase no fim do pomar, me fiz. E o barro vermelho da terra roxa ainda permanece grudado, mesmo que invisível, na sola dos meus sapatos.

Proseando no terraço rodeado de bouganvilles, eu e meu pai passamos a tarde percorrendo assuntos inevitáveis: a origem da fazenda que acabou por puxar a história de outra anterior e fundamental - o Tucumã e o relato de sua divisão; os ancestrais e o primeiro e patriarcal Cassiano; a crise de 29, a ida pra Duartina, a volta para Jaú, a aquisição das terras, sua expansão, sua estagnação, seu declínio, a morte de meu avô; falamos da importância da permanência dessa fazenda, mesmo que fracionada, como posse de nossa família. Mas tudo entre nós sempre acaba desaguando no futebol. Falamos sobre meu avô e a construção do Pacaembu; sobre o atleta que foi meu pai, corredor de 110 metros com barreiras, defendendo o azul e amarelo da Poli ou as três cores do São Paulo. E falamos também sobre os tempos de glória do XV de Jaú, da construção das arquibancadas de madeira do Zezinho Magalhães.

Foi nesse momento que meu pai interrompeu a fala e apontou para o céu tingido que por trás de mim simulava o milagre da Criação: "Olha que pássaro grande!" E quando pudemos acertar os ponteiros de nossos olhos com a paisagem da ave pousada no galho da enorme seringueira crescida nas costas da capela, identificamos o casal de tucanos. Sim, um par de tucanos estava parado ali na nossa frente! Encantados com a ilustre e rara presença das aves, silenciamos diante da imagem restauradora. De repente, junto daquele par de bicos alaranjados e ocos, tudo se refez: o café brotou na lavoura, a cocheira se encheu de gado e os baldes derramaram leite; a manteiga suavemente se esparramou sobre o pão saído do forno e o relógio imenso e desproporcional voltou a funcionar; sussurrou no ar um suspiro, o beato antigo. Naquele conciso minuto enquanto os tucanos nos brindavam com sua improvável harmonia, ouvimos a voz rouca de meu avô gritar novamente um gol do XV de Jaú!

Varanda da sede da fazenda Tucuman em 1918

Varanda da sede da fazenda Tucuman em 2004

Varanda da sede da fazenda Pouso Alegre de Cima